Venda de Discos na Galeria do Rock
Muito se fala sobre a volta do disco de Vinil , o aumento das vendas e todas estas coisas que temos visto com muita frequência não só na internet mas como também na TV.
Há algumas semanas atrás foram divulgados os números do mercado fonográfico pela Recording Industry Association of America e estes dados apontam um leve crescimento nas vendas.
Os CD’s, mesmo em queda continuam a vender mais e os números de subscrições em websites que comercializam músicas digitais cresceram entre 1.5 a 1.8 milhões de usuários.
Quanto aos discos de vinil, foram mais de 100 milhões de dólares arrecadados com as vendas.
Na tabela divulgada pela empresa, é possível analisar estes números.
Mas será que no Brasil, especificamente em São Paulo, as vendas aumentaram? Talvez não, pelo menos no segmento “black”, como andam as vendas de discos na Galeria 24 de Maio?
A arrecadação com as vendas de CD’s originais caíram e isto talvez não seja novidade pra ninguém, não só no Brasil mas no resto do mundo.
O vinil perdeu espaço por aqui há muitos anos desde o surgimento do CD no início dos anos de 1990, forçando os adeptos a importá-los ou até mesmo procura-los em sebos.
Acreditamos também que os números de subscrições para baixar músicas legalmente ainda é pequeno, pois nada foi divulgado até agora a respeito destes números. No portal UOL, por exemplo, é possível a compra de arquivos MP3 mas… quantas pessoas próximas de você declarou que comprou algum arquivo MP3 nos últimos 6 meses?
Serviços consagrados com um grande acervo musical como Amazon e Spotify ainda não estão disponíveis para nós.
Acreditamos também que esta forma de consumir música ainda esteja “engatinhando” no Brasil.
Para o consumidor comum, baixar MP3 de forma ilegal ou adquirir CD’s piratas tem sido uma alternativa.
Concluímos então que, ao menos para estes profissionais, estas notícias que tem circulado pela mídia a respeito dos discos de vinil não se aplicam para todos os segmentos, no caso da “Black Music”, é nítido que não houve um aumento na procura. Quem cultuava o vinil, continua a consumi-los. Não houve renovação por parte da clientela.
Como estão as vendas de discos na Galeria 24 de Maio?
Esta semana estivemos nas principais lojas de discos de Black Music de São Paulo a fim de obtermos mais informações sobre este assunto.
Para falar sobre vendas e especificamente o segmento “Black”, entrevistamos o Dj Reginaldo da “A Mágica do Hip-Hop”, Gringo da “Mr. Groove”, Dj César African People (in memoriam) e RJay da “Flórida Records”, Dj Fábio Rogério e Miriti da “Trucks Discos” , Tony Hits e Dj Célio da “Promo Only Dj’s”.
Todos compartilham a mesma opinião. Não houveram picos de vendas nos últimos anos, pelo contrário, as vendas se estabilizaram e o perfil do consumidor tem sido o mesmo para todas as lojas citadas: Dj’s e colecionadores.
Segundo Dj Célio da Promo Only Dj’s, as vendas de discos vinil se estabilizaram, em contrapartida, houve um aumento pela procura de equipamentos como Traktor e Serato, que permitem executar MP3 como se fosse um disco de vinil. Peças para reposição de equipamentos como toca-discos e mixers também tiveram aumento de vendas, segundo Dj Célio .
O Dj e apresentador Fábio Rogério, da Trucks Discos, diz que já trabalha com discos de vinil há muitos anos, sempre comprando, trocando e vendendo. Para ele, não houve grandes mudanças, “continuamos a vender os discos como sempre” e acrescenta: “O álbum do rapper Criolo é grande prova de que o vinil está vivo!”, cita Dj Fábio Rogério . Ele acredita que o vinil ainda terá fôlego por muitos anos.
Para os Dj’s African People e RJay da Flórida Records, tudo continua do mesmo jeito, nada mudou. “Nós vendemos Discos, CD’s, equipamentos e não houve nenhum pico nas vendas de discos de vinil até agora.” , segundo RJay.
Gringo da Mr. Groove diz que já foi melhor, hoje quem procura os discos de vinil são os Dj’s e colecionadores.
Reginaldo da “A Magica do Hip-Hop” tem a mesma opinião: “Nada mudou”
E se as vendas de discos de vinil se estabilizaram, qual vertente da Black Music vende mais?
Os vendedores não revelaram como estão as vendas em termos de volume, muito menos dados concretos sobre quais estilos mais procurados pelos Dj’s e colecionadores mas não unânimes em dizer que o HIP-HOP vai bem nas vendas.
Em todas as lojas a procura por discos de Rap Underground é grande e comprovamos isso na Trucks Discos onde um jovem, no momento da entrevista, levou para casa o álbum do rapper Dynas e outros nomes do Rap norte-americano.
Os álbuns antigos de “Black Music” (flash back) e versões remix ainda são muito cultuados pelo público que frequenta estas lojas.
O estilo “New Bossa”, ou qualquer outro álbum com levada de Samba-Rock , também vendem muito bem.
Quanto aos preços, para quem gostaria de recomeçar a compra de discos de vinil, será que vale apena comprá-los em São Paulo?
Sim! Principalmente se você não possui um cartão de crédito internacional, não tem paciência para esperar 30 dias em média, não quer correr o risco de ter o produto apreendido pela alfândega e não conhece o dialeto dos vendedores e suas classificações.
“Você ouve disco na hora, paga e leva pra casa. Além de ter um especialista à sua disposição para lhe indicar outros títulos”, argumenta Miriti da Trucks Discos.
Compensa comprar discos no exterior via internet?
Nós da Co.Bra.Negra responderemos esta pergunta:
Depende. A nossa experiência diz que sim, mas aí cabe um pouco de cautela, paciência e uma pitadinha de sorte.
Se comprar discos novos em lojas bem conceituadas como a Dusty Grooves, por exemplo, vale a pena desde que você não tenha urgência no produto e tenha em mãos um cartão de crédito com validade Internacional.
Já se você optar por discos usados em sites de leilão como o eBay,por exemplo, aí o cuidado deve ser redobrado, é aqui que entra o fator “sorte”. Estamos esperando há 3 anos um disco que adquirimos de um vendedor no eBay.
Em 28 de março de 2011 o Governo Federal elevou a taxa para compras efetuadas com cartão de crédito internacional, passando de 2,38% para 6,38% sobre o valor gasto.
Além disso, você ainda precisa pagar pelo frete, que é a taxa de entrega, cobrada em média 15 dólares.
Exemplo:Um álbum que custa 10 dólares, poderá sair a R$ 50,00 e você ainda precisa esperar em média 30 dias para chegar até a sua residência.
Outro problema são as classificações “M”,”NM”,”VG”,”VG++” e a reputação dos vendedores. Cuidados que devemos ter ao comprar discos no exterior.
Se o produto for retido na alfândega, terá que pagar 60% de imposto sobre o valor do produto.
Vamos aumentar estes números?
As melhores lojas de discos para Black Music de SP estão localizadas na Galeria 24 de Maio no Centro. Quase todas vendem também pela internet. Confira abaixo onde comprar os melhores discos de vinil:
Rua 24 de Maio, 188 – sobreloja Cj. 111
Tel.: (11) 3337-7048
Rua 24 de Maio, 116 – Loja 33 – Rua Alta.
Tel.: (11) 3222-6690
website
É isso aí!
Nosso próximo artigo será um guia de como comprar discos pela internet!
Imperdível!